Total de visualizações de página

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Eleições Presidenciais


          Analisando os resultados das recentes eleições presidenciais no Brasil, a partir da redemocratização, chega-se a conclusão que os candidatos para serem eleitos necessitam, entre outros fatores, da combinação de ousadia pessoaldefesa de uma ideologia clara e, principalmente, uma organização partidária densa.

Fernando Collor foi ousado, defendia uma ideologia claramente de direita e contou com o apoio maciço da mídia tradicional e do inescrupuloso Partido das Organizações Globo¹, pois a sigla PRN pela qual disputou, legalmente, as eleições presidenciais de 1989, nunca foi, realmente, um partido político. Foi deposto da presidência, após sofrer um processo de Impeachment pelo Congresso Nacional, que pressionado pela opinião pública, nem mesmo as organizações Globo conseguiu mantê-lo no cargo, pois a sociedade organizada, as forças vivas, principalmente " os caras pintadas" (estudantes), convocados inicialmente pelo Partido dos Trabalhadores, saíram às ruas e praças públicas, gritando e exibindo cartazes e faixas: "fora Collor", “o Povo não é bobo, abaixo a rede Globo” etc.  

Itamar Franco, o vice de Collor, que o sucedeu, após o Impeachment, era desprovido de ousadia, sem uma ideologia clara, talvez apenas um nacionalista conservador etc.

Fernando Henrique, intelectual, sempre elegante no falar, foi ousado como candidato e com certeza um dos presidentes  mais preparado, intelectualmente, do mundo. Vaidoso, personalista, oportunista etc. contou com o apoio da mídia (preconceituosamente anti-petista), uma ideologia que mais tarde, após eleito, se revelou confusa, principalmente pela coligação do seu partido político (PSDB) e o representante do conservadorismo e atraso PFL, atualmente o decadente DEM. Na época duas grandes organizações partidárias, mas de ideologias definidas, claramente antagônicas. Fernando Henrique passou a maior parte do seu primeiro mandato tentando, até conseguir, a implantação da reeleição. Consegui reelege-se, mas saiu do segundo mandato extremamente desgastado, entre outros motivos, pelos escândalos das privatizações, da compra de votos para aprovar a reeleição etc. O desgaste foi tão grande que nem os candidatos do PSDB a presidente, governadores, deputados, senadores etc. se dispuseram a mostrá-lo em suas campanhas. 

Lula é ousado, carismático, inteligente, perseverante, tem facilidade para se relacionar, dedicado, simples, tem uma ideologia claramente definida de esquerda e uma das maiores organizações partidária(PT) etc. Foi ousado na escolha de sua sucessora - Dilma Rousseff. Sem sombras de dúvida, Lula foi o presidente mais popular do Brasil e passou a faixa à sua sucessora com o maior índice de aprovação que um presidente já teve em todos os tempos, em quaisquer parte mundo. Sua atuação na campanha não deixa dúvida: foi o “cabo eleitoral” decisivo na eleição da presidenta Dilma Rousseff. É preciso dizer mais?

Dilma Rousseff é ousada, inteligente, tem ideologia claramente definida de esquerda, tem o PT, que é a maior organização partidária do Brasil e uma das maiores do mundo. Foi eleita com o apoio de Lula (fudamental), dos movimentos sociais organizados, artistas, intelectuais, estudantes (as forças vivas do país), uma coligação de frações de siglas partidárias e, evidentemente, o apoio integral do PT.

          Atualmente parte da mídia, forçada pela opinião pública, tem feito alguns elogios à atuação da presidenta Dilma Rousseff, ainda assim, nas entrelinhas, observa-se a intenção deliberada de ofuscar e/ou defenestrar a administração do ex-presidente Lula. Tentam, inclusive, criar um clima de intrigas, evidentemente sem sucesso, entre a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, visando as eleições de 2012 e, principalmente, de 2014, quando Lula e Dilma estarão juntos, mais uma vez, no Partido dos Trabalhadores, defendendo com ousadia políticas de redistribuições de rendas que favoreçam os mais pobres.
          Serra, Alckmin, Aécio (tucanos que não se beijam, mas se bicam dentro do PSDB) etc., um deles será o provável adversário do (a) candidato (a) do Partido dos Trabalhadores até que têm um pouco de ousadia, mas não tem uma ideologia claramente definida e, atualmente, nem mesmo uma organização partidária densa, pois o PSDB e DEM, estão esfacelados e o "novo" PSD, um aglomerado de insatisfeitos oriundos de várias siglas partidárias, principalmente do DEM e PSDB não se definiu ideologicamente.

          Resumindo: no momento falta aos adversários do PT o conjunto mínimo de atributos para se vencer uma eleição: ousadia, ideologia e partido político.



¹ Quem não se lembra dos “melhores momentos” do debate Lula X Collor exibidos pela TV Globo logo após o debate? Ainda hoje é citado nos encontros de jornalistas, em quaisquer parte do mundo, como a mais vergonhosa prática de jornalismo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário