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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Eleições Presidenciais


          Analisando os resultados das recentes eleições presidenciais no Brasil, a partir da redemocratização, chega-se a conclusão que os candidatos para serem eleitos necessitam, entre outros fatores, da combinação de ousadia pessoaldefesa de uma ideologia clara e, principalmente, uma organização partidária densa.

Fernando Collor foi ousado, defendia uma ideologia claramente de direita e contou com o apoio maciço da mídia tradicional e do inescrupuloso Partido das Organizações Globo¹, pois a sigla PRN pela qual disputou, legalmente, as eleições presidenciais de 1989, nunca foi, realmente, um partido político. Foi deposto da presidência, após sofrer um processo de Impeachment pelo Congresso Nacional, que pressionado pela opinião pública, nem mesmo as organizações Globo conseguiu mantê-lo no cargo, pois a sociedade organizada, as forças vivas, principalmente " os caras pintadas" (estudantes), convocados inicialmente pelo Partido dos Trabalhadores, saíram às ruas e praças públicas, gritando e exibindo cartazes e faixas: "fora Collor", “o Povo não é bobo, abaixo a rede Globo” etc.  

Itamar Franco, o vice de Collor, que o sucedeu, após o Impeachment, era desprovido de ousadia, sem uma ideologia clara, talvez apenas um nacionalista conservador etc.

Fernando Henrique, intelectual, sempre elegante no falar, foi ousado como candidato e com certeza um dos presidentes  mais preparado, intelectualmente, do mundo. Vaidoso, personalista, oportunista etc. contou com o apoio da mídia (preconceituosamente anti-petista), uma ideologia que mais tarde, após eleito, se revelou confusa, principalmente pela coligação do seu partido político (PSDB) e o representante do conservadorismo e atraso PFL, atualmente o decadente DEM. Na época duas grandes organizações partidárias, mas de ideologias definidas, claramente antagônicas. Fernando Henrique passou a maior parte do seu primeiro mandato tentando, até conseguir, a implantação da reeleição. Consegui reelege-se, mas saiu do segundo mandato extremamente desgastado, entre outros motivos, pelos escândalos das privatizações, da compra de votos para aprovar a reeleição etc. O desgaste foi tão grande que nem os candidatos do PSDB a presidente, governadores, deputados, senadores etc. se dispuseram a mostrá-lo em suas campanhas. 

Lula é ousado, carismático, inteligente, perseverante, tem facilidade para se relacionar, dedicado, simples, tem uma ideologia claramente definida de esquerda e uma das maiores organizações partidária(PT) etc. Foi ousado na escolha de sua sucessora - Dilma Rousseff. Sem sombras de dúvida, Lula foi o presidente mais popular do Brasil e passou a faixa à sua sucessora com o maior índice de aprovação que um presidente já teve em todos os tempos, em quaisquer parte mundo. Sua atuação na campanha não deixa dúvida: foi o “cabo eleitoral” decisivo na eleição da presidenta Dilma Rousseff. É preciso dizer mais?

Dilma Rousseff é ousada, inteligente, tem ideologia claramente definida de esquerda, tem o PT, que é a maior organização partidária do Brasil e uma das maiores do mundo. Foi eleita com o apoio de Lula (fudamental), dos movimentos sociais organizados, artistas, intelectuais, estudantes (as forças vivas do país), uma coligação de frações de siglas partidárias e, evidentemente, o apoio integral do PT.

          Atualmente parte da mídia, forçada pela opinião pública, tem feito alguns elogios à atuação da presidenta Dilma Rousseff, ainda assim, nas entrelinhas, observa-se a intenção deliberada de ofuscar e/ou defenestrar a administração do ex-presidente Lula. Tentam, inclusive, criar um clima de intrigas, evidentemente sem sucesso, entre a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, visando as eleições de 2012 e, principalmente, de 2014, quando Lula e Dilma estarão juntos, mais uma vez, no Partido dos Trabalhadores, defendendo com ousadia políticas de redistribuições de rendas que favoreçam os mais pobres.
          Serra, Alckmin, Aécio (tucanos que não se beijam, mas se bicam dentro do PSDB) etc., um deles será o provável adversário do (a) candidato (a) do Partido dos Trabalhadores até que têm um pouco de ousadia, mas não tem uma ideologia claramente definida e, atualmente, nem mesmo uma organização partidária densa, pois o PSDB e DEM, estão esfacelados e o "novo" PSD, um aglomerado de insatisfeitos oriundos de várias siglas partidárias, principalmente do DEM e PSDB não se definiu ideologicamente.

          Resumindo: no momento falta aos adversários do PT o conjunto mínimo de atributos para se vencer uma eleição: ousadia, ideologia e partido político.



¹ Quem não se lembra dos “melhores momentos” do debate Lula X Collor exibidos pela TV Globo logo após o debate? Ainda hoje é citado nos encontros de jornalistas, em quaisquer parte do mundo, como a mais vergonhosa prática de jornalismo.


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Recordando João Amazonas


Com a anistia de 1989, os exilados que retornavam percorriam o País para falarem de suas experiências e integrarem-se às lutas que transcorriam, ainda tímidas, contra o regime militar. No campus da UFPA fui convidado para assistir palestra que o velho militante comunista João Amazonas proferiria no IEP. Interessava-me a palestra, entre outros motivos, pelas recordações das conversas que mantinha com outro velho militante, o Chile Lima, meu conterrâneo de Abaetetuba e contemporâneo de João Amazonas e Pedro Pomar da militância do PCB EM Belém. Nessas conversas, o Chile Lima falava-me das lutas daquele tempo, tendo mencionado um fato curioso. Quando o partidão decidiu que alguns militantes paraenses deveriam deslocar-se para o Sul, a escolha recaiu sobre, Pedro Pomar, João Amazonas e Chile Lima. No dia do embarque no navio que os levaria a seus destinos, o Chile Lima resolveu não viajar para ficar com sua companheira, que estava grávida.

De Belém, na semiclandestinidade, rejubilou-se com a eleição dos outros camaradas para a constituinte de 1946, um por São Paulo e outro pelo Rio de Janeiro. Ao contar esses fatos, Chile Lima deixava transparecer o orgulho daqueles camaradas e achava que sempre teria a mesma sorte se deixasse a companheira para trás. O amor por ela foi maior do que o amor pela revolução.

No dia da palestra, fui a Abaetetuba convidar o Chile para assisti-la, sendo que este não tinha dúvidas de que João Amazonas, ao vê-lo, recordaria os velhos tempos. Retornamos a Belém por volta das 14 horas. A palestra seria às 20 horas. Resolvi ir à UFPA assistir aula e, quando voltei para casa, encontrei o Chile Lima dormindo. Sobre a mesa, o que restva de uma garrafa de pinga, sobrevivente do último estoque que fiz em Abaetetuba. Foi impossível acordá-lo. Resolvi ir assim mesmo e, no final da palestra, contei a história para o João Amazonas, tendo este escrito sobre um jornal a seguinte frase: “Ao camarada Chile Lima, com um abraço do João Amazonas. Espero revê-lo em breve”. Pela manhã do dia seguinte com os protestos de Chile Lima, furioso por não te-lo acordado. Com lágrimas nos olhos, recebeu o jornal com a dedicatória e partiu de volta para Abaetetuba. O Pedro Pomar e o Chile já haviam partido, faz tempo. Agora foi-se João Amazonas. Embora eles não acreditassem, suspeito que neste momento, em algum lugar, continuem conspirando pela paz mundial, para que o povo brasileiro seja protagonista de sua própria história, por um Brasil melhor, sonho de todas as suas vidas e de milhões de brasileiros.


Antônio R. Figueiredo Cardoso
Defensor Público de Bragança
Bragança-PA
P.S: esta carta foi publicada na seção A voz do leitor (O liberal, ano 2002)


sábado, 17 de dezembro de 2011

Plebiscito e Ficha Suja

            O povo paraense ainda comemorava o resultado do plebiscito, quando recebeu a notícia: Jader Barbalho, “Ficha Suja”, senador pelo Pará, deverá voltar ao senado. Confirma-se o ditado: “alegria de pobre dura pouco”.

O povo, como sempre, é mais sábio (não sabido) que uma dezena de iluminados membros do STF. Ressalte-se que o resultado favorável ao senador é fruto da “pressão” dos “pesos pesados” membros dirigentes do PMDB.

Nas conversas amenas e, às vezes, discussões mais acaloradas, digo aos amigos, familiares, conhecidos etc.: as decisões que envolvem a sociedade são sempre políticas. E tem gente que acredita em destino, coincidência etc. Digo sempre: nada acontece por acaso, tudo é provocado, seja em nossas vidas particulares, seja na natureza etc. É a política que decide quanto custa a educação, a saúde, o número de filhos etc. decidem até mesmo onde devem passar os rios, onde devem nascer e crescer os animais, as plantas etc.

Agora, após o resultado do plebiscito, eleitores do NÃO e SIM devem repensar suas atitudes e reivindicar melhorias para os menos favorecidos, principalmente os moradores (ribeirinhos, agricultores etc.) de locais longínquos do centro do poder (Belém). Fiscalizar a aplicação das verbas específicas (saúde, educação etc.), repassadas da União para o Governo Estadual e os municípios.

A votação equivalente de algumas cidades como Belém (NÃO), Marabá (SIM), Santarém (SIM) etc., mostrou uma clara divisão nos interesses locais e não pode ser analisado apenas como “bairrismo”. E o  resultado deve servir de alerta aos políticos oportunistas, pelo tratamento desigual entre os que moram nos centros e os que moram nas periferias, nas cidades e nos interiores.

O Governo Federal tem programas de atendimento itinerante, através de embarcações, ônibus etc., que atendem em parte os anseios das populações mais distantes das capitais, em vários estados brasileiros, principalmente da Amazônia. Pergunta-se: porque os governos estaduais não fazem o mesmo? Porque as verbas destinadas à saúde são desviadas para outras “prioridades”.


 Enquanto o povo disse NÃO à divisão do Pará, o STF diz SIM à corrupção no Brasil.

Os resultados, tanto do Plebiscito, quanto do julgamneto da "Ficha Suja", não surpreenderam.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Divisão do Pará


          No próximo dia 11/12/2011, a população paraense irá se pronunciar, através de plebiscito, se realmente quer a divisão do nosso estado em três: Pará, Tapajós e Carajás.

          Políticos paroquianos corruptos, empresários corruptores, latifundiários “grileiros” etc. “forasteiros” são os principais interessados na divisão do “bolo”. É evidente que existem pessoas bem e mal-intencionadas dos dois lados.

          Estudos socioeconômicos e políticos da região, ao contrário do que pregam os defensores da divisão,  indicam que os estados não se viabilizariam, pois a situação ficaria mais ou menos assim:

          O Pará, remanescente, teria o Produto Interno Bruto (PIB) reduzido, caindo de 13º para 16º no ranking nacional. O Estado gastaria algo em torno de 16% do Produto Interno Bruto (PIB) só com a máquina pública. Evidentemente teria que recorrer à união para suprir seus cofres. Adivinhe quem pagaria essa conta.

          O Estado do Carajás, certamente melhoraria sua renda per capita, mas nem por isso significa que os benefícios chegariam às populações mais necessitadas e, certamente, aumentaria ainda mais a violência, pois riquezas atraem toda espécie de bandidos, principalmente traficantes, “colarinho branco” , latifundiários inescrupulosos etc. Todos teriam mais condições de agirem impunemente (como tem acontecido até hoje), alguns contratando “matadores de aluguel” pra resolver conflitos sociais. Quanto aos gastos para manter em funcionamento máquina pública* seria algo em torno de 23% do Produto Interno Bruto (PIB); e

          O Estado do Tapajós, dos três, seria o mais pobre do país! Só para manter o funcionamento da máquina pública os gastos seria algo em torno de 51% do Produto Interno Bruto (PIB)!

*máquina publica: governadores, deputados, senadores, comarcas, delegacias, presídios etc.

          Um dos argumentos dos defensores da divisão é que as regiões mais distantes da capital (Belém),  principalmente os ribeirinhos, que moram a milhares de quilômetros não recebem às devidas atenções dos poderes públicos.  Isso é uma falácia, pois as cidades:

1     Benevides, Santa Bárbara, Santa Izabel, cidade mais próximas à Belém, estão estagnadas há muitas décadas. Se nem os moradores dos bairros periféricos de Belém são bem atendidos! Justiça seja feita: só houve melhora considerável, quando o prefeito era o professor Edmílson Rodrigues. Como se vê não é apenas a distância da capital que impede o desenvolvimento das cidades circunvizinhas, nem o atendimento dos ribeirinhos.

2    Marabá, Tucuruí, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Rio Maria, Redenção são cidades  distantes da capital, no entanto tiveram índice de desenvolvimento socieconômico acentuado, nas últimas duas décadas. Como se vê não é a distância da região metropolitana que impede ou ajuda no desenvolvimento de uma cidade.

3    A periferia da maioria das cidades brasileiras sempre foi desprezada pelos gestores locais, mesmo com as transferências de verbas específicas e os programas de inclusão social e distribuição de renda do Governo Federal.

          Outro argumento dos defensores da divisão é quanto a extensão territorial do Pará, considerado muito grande para ser administrada. Tal argumento também é insustentável, veja:

1   Alagoas, Pernambuco, Sergipe etc. são estados pequenos que, mesmo com programas de inclusão social, ainda apresentam alto índice de pobreza, violência, analfabetismo etc.;

2      Minas Gerais e São Paulo etc. são estados grandes, mesmo com programas de inclusão social, ainda apresentam alto índice de pobreza violência, analfabetismo etc.

          São séculos de dominação, que só recentemente tem sido quebrado. Há mais motivações políticas e interesses econômicos em jogo, por parte de uma elite inescrupulosa.

O Estado do Pará não precisa ser dividido. Precisa de administrador(a)(e)s competentes, éticos etc.  .  

     

sábado, 26 de novembro de 2011

Distribuição de Renda


Há poucos dias foi divulgado que desde 2003, pelo menos seis milhões de famílias deixaram o Programa Bolsa Família. Mais de dois milhões porque obtiveram renda per capita superior ao permitido para estarem aptas a continuarem recebendo o benefício. Quase quatro milhões porque não cumpriram outras condições para continuar recebendo o repasse, como manter os filhos matriculados em escola.
Os números servem para derrubar uma série de teses dos opositores do referido programa. Preconceituosamente, diziam: "agora que os beneficiados pelo programa não iriam querer mais trabalhar”, “agora que os pobres iriam ter mais filhos”, que o programa era "esmola", "eleitoreiro", "assistencialista" etc. etc. etc. Tais argumentos, que se mostraram sem consistência, pois se levarmos em conta que o valor do benefício, por mais que tenha sido reajustado várias vezes nos últimos anos, oscila entre R$ 36,00 e R$ 306,00. Valores bem menores que o salário mínimo, por exemplo.
A tese dos opositores de que o programa não exige dos beneficiários nada em troca dos beneficiários. Se fosse verdade, as famílias que não mantiveram o filho frequentando a escola não teriam perdido direito ao benefício.
A média de nascimento de prováveis beneficiários aptos a receber o benefício social diminuiu consideravelmente.       
Os opositores, que também não souberam ser governo, ficaram sem discurso para criticar o Programa Bolsa Família, pois seu candidato à Presidência, José Serra (PSDB-SP), na recente campanha, prometeu ampliar o benefício. Hoje, sem poder criticar, os opositores tentam reivindicar a paternidade do programa.
O programa Bolsa Família já foi exportado para inúmeros países e se consolidou como um dos principais e mais exitosos esquemas de distribuição de renda do planeta.
Em tempo: recentemente o Governo Federal, com o intuito de combater mortalidade infantil, começou a pagar mais um Benefício Social para mulheres de baixa renda que estejam amamentando (seis parcelas de R$ 32,00) e gestantes (nove parcelas de R$ 32,00). Como contrapartida as grávidas terão de cumprir o calendário pré-natal, ou seja comparecer a pelo menos seis consultas durante a gestação, e as mães têm que manter o cartão de vacinação do bebê em dia e o de medição de peso e altura.   

domingo, 23 de outubro de 2011

Partido dos Trabalhadores

Fundação

Em um dia qualquer de junho de 1981, provavelmente um sábado à noite , mais ou menos às 19: 00 hs, estávamos na mesa do bar do Antônio do "Gidonda", atual "Mercado Dohara", quando um estranho se aproximou.

PS: Como sempre encontrava-me com o "Trica", "Gury" etc. nos finais de semana, deduzo que eles estavam presente. Para ser mais preciso, pretendo consulta-los brevemente.

Como estava dizendo, um estranho se aproximou e perguntou: quem de vocês é o professor Zhukov?

Por alguns minutos, ficamos calados e na minha cabeça passaram cenas de filmes e revistas em quadrinho (gibis), pelas quais eu era "fissurado" e papai odiava¹. Naquele momento, lembrei-me da famosa frase mexicana, traduzida: "como te chamas? Pedro. Buum! Chamavas-te".

Esperando pelo pior, pensei: quem não deve não t(r)eme. Só que na visão de uma sociedade moralista, conservadora etc. eu devia muito pelo meu passado² nas ruas, nas escolas etc.

Segurando pelo gargalo uma garrafa de refrigerante e observado por todos à mesa, finalmente tomei a iniciativa: sou eu. Por que?

O estranho se identificou, dizendo: sou Roberto Alves, professor de história em Belém. Estou aqui como representante de um partido político. Não sei se já ouviram falar de um novo partido político, que está sendo criado a partir de São Paulo, exclusivamente por trabalhadores na maioria dos e municípios brasileiros e blá, blá.

Educadamente pedimos que sentasse e se explicasse melhor e ele o fez: o partido que estamos criando a partir de São Paulo e em vários estados e municípios, chama-se Partido dos Trabalhadores. Como ja lhes disse é um partido novo e prá ele se viabilizar nacionalmente é necessário que se viabilize um certo número de estados e dentro desses estados, um certo número de municípios, para poder concorrer às eleições, lançando candidatos a presidente, governador, prefeito etc. Já estive em vários municípios e, aqui estou pela quinta vez. Fiz vários contatos e reuniões com algumas pessoas, tentando criar uma Comissão Provisória. As pessoas participantes nunca são as mesmas. Faço esplanação, respondo perguntas, mas todas às vezes que tentei, encontrei resistências para assinarem as fichas de filiação. Penso que por não me conhecerem, desconfiam. Resumindo: após várias reuniões, não consegui nenhuma assinatura. Pra ser mais preciso, tenho três fichas³ preenchidas por estudantes de Abaetetuba, que moram em Belém.

Após algumas horas de conversas, sobre vários assuntos, combinamos nos encontrarmos no dia seguinte, quando sairiamos para fazermos as filiações necessárias.

Observação 1: acredito que o Roberto Alves me procurou, por indicação do papai. Vide "Árvore Genealógica de Roberto Osorio da Costa Lima" no Blog do Osorio: www.osorioinrio.blogspot.com

No dia seguinte, eu e Roberto Alves saímos às ruas, visitamos várias casas de alunos, ex-alunos e seus familiares. Alguns desses filiados, filiaram outros. No final do dia tínhamos conseguido mais de uma centena de filiados, pouco mais que o necessário para legalizar o Diretório Municipal. À noite de domingo, viajei à Belém e na madrugada seguinte à Bragança, onde morava e trabalhava.

Alguns dias depois das filiações, encontrava-me em Bragança, quando recebi uma ligação do Roberto Alves, que se encontrava em Abaetetuba me informou que o Bertino, "um carroceiro", tinha sido escolhido Presidente da Comissão Provisória do PT.

Na semana seguinte o Roberto Alves ligou novamente para comunicar que tinha sido realizada uma reunião com algumas dezenas de filiados e que eu tinha sido escolhido, por unanimidade, Presidente do Diretório Municipal do PT. Perguntou-me se eu aceitava. Ponderei que morava em Bragança e nos finais de semana viajava à Belém, onde residiam a esposa e a filha Karla, que tinha pouco mais de um ano de nascida. Ele argumentou que, mesmo morando fora, poderia ser o Presidente, pois meu domicilio eleitoral era em Abaetetuba etc. etc. e repetiu que eu tinha sido escolhido por unanimidade dos filados participantes. Finalmente, concordei, sem ter a mínima idéia das consequências.

Observação 2: acredito que a escolha para ser Presidente, deveu-se as condições: o mais conhecido, ninguém tinha coragem de assumir, prestígio na camada mais esclarecida da população etc. etc.

Viajava todas as sextas-feiras, à noite, de Bragança a Belém e, aos sábados, pela manhã, de Belém a Abaetetuba, aos domingos, à noite, de Abaetetuba à Belém e na segunda-feira, de madrugada, de Belém à Bragança, onde morava, trabalhva de dia na CEF e, à noite, lecionava no colégio Santa Terezinha.

Nos primeiros anos de fundação do PT, em Abaetetuba, as reuníões eram realizadas, ordinariamente, aos sábados e, esporadicamente, aos domingos na casa do papai, à Tv. Emídio Nery da Costa, 623 e, posteriormente, nas casas de outros filiados. Discutíamos os mais variados assuntos à exaustão. Muitas vezes com a presença de representantes do Diretório Regional que faziam palestras sobre capitalismo, socialismo, comunismo etc. etc. Discutíamos, principalmente, as tarefas para a semana seguinte, com o intuito de viabilizar o crescimento do partido. Todos tinham direito a vez, voz e voto e as decisões da maioria eram respeitadas e cumpridas por todos. Como atividades práticas fazíamos visitas às residências e comércios, conversando e distribuindo panfletos, fazíamos comícios e bingos relâmpagos nas ruas e nas praças etc. etc. etc. Quase tudo que era decidido nas reuniões, era colocado em prática, com muita dificuldade, pois além das condições financeiras precárias, tínhamos que enfrentar agressões verbais e físicas de indivíduos e entidades conservadoras e moralistas e lutar contra uma sociedade conformista e obedientes etc. etc. etc. Éramos estigmatizados como ateus, comunistas, "baderneiros", aliciadores etc. etc. etc. Aos "trancos" e "barrancos" conseguimos nos impor aos nossos algozes e oportunistas, que de alguma forma se beneficiaram e se beneficiam do modo petista de governar.

Observação 3: Hoje muita gente se arvora a dizer que participa do PT desde a fundação e que andou comigo fazendo filiações. Posso afirmar que os que construiram, raramente o fazem e quando o fazem é com muito orgulho.

Observação 4: Posso dizer que em Bragança, participei atvamente de todas as etapas da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT): filiações, criação da Comissão Provisória e do Diretório Municipal e a legalização etc.
 

Tenho orgulho de ter participado ativamente da construção do Partido dos Trabalhadores (PT).


Administração

Abaetetuba, desde a sua criação até os dois primeiros anos do prefeito Luiz Gonzaga Leite Lopes, a maioria das ruas nunca havia sido asfaltada. E as poucas que eram cuidadas, praticamente no centro da cidade, recebiam apenas concretagem superficial e/ou uma espécie de “burra” de asfalto, que às vezes durava... só até a primeira chuva.

O governo do PT na Prefeitura de Abaetetuba, no período de 2005 a 2008, com o Prefeito Luiz Lopes, o Presidente Lula e a Governadora Ana Júlia.

O prefeito Luiz Gonzaga Leite Lopes (PT) entregou à sucessora (PSDB) na Prefeitura de Abaetetuba/PA:

Funcionários concursados, salários em dia, com direito à aposentadoria e a prefeitura sem dívidas;
Estrutura viária urbana com mais de 20 ramais vicinais completamente renovados;

Prédios públicos novos e outros ampliados e modernizados;
1OBRAS
  • Construção: Portal Cidade de Abaetetuba, Praça Cristo Redentor; Mercados de Carne, Peixe e Misto;
  • Reforma, ampliação e modernização do Centro Poliesportivo e Cultural Hildo Carvalho;
  • Asfaltamento de 40 km de avenidas e ruas nos bairros: Algodoal, Aviação, Centro, Francilândia, Santa Rosa, São José e São Lourenço;
  • Terraplanagem de 20 km de ruas dos bairros: Algodoal, Aviação, Francilândia, Cristo Redentor, Santa Rosa, São João, São José, São Sebastião, Ultralar e Vila de Beja;
  • Selante nos bairros de Algodoal, Cristo Redentor, Francilândia, Santa Rosa, São João, São Sebastião, Ultralar e Vila de Beja;

Empiçarramento e terraplanagem dos ramais:
Abaetezinho (Convento), Arienga (Vila de Beja), Bacuri, Bahia = 2.800 metros, Camotim, Castanhal I, Cataiandeua ao Poço da moça,
Cujari, Curuperé-miri = 4.000 metros, Jarumã ao ramal do Pirocaba, Maranhão = 900 metros, Piratuba = 500 metros, Pirocaba = 6.000 metros, Sagrado = 500 metros, Santarém, Tauerá de Beja = 3.800 metros, Tocão (alargamento), Vasco = 1.000 metros e Velho de Beja = 3.800 metros.
  • Construção de 50 Sanitários Biológicos nas residências da Tv. Castelo;
  • Abertura do ramal e construção da Ponte sobre o Rio Abaetezinho;
  • Construção da Ponte do bairro Santa Rosa;
  • Projeto de construção de 02 Quadras Poliesportivas nos bairros de São Sebastião e Francilândia;
  • Recuperação da Orla Fluvial da Vila de Beja;
  • Construção de 02 quadras Poliesportivas na Vila de Beja;
  • Implementação da Usina de Reciclagem e Compostagem de Lixo;
  • Etc.

Projetos de topografia:
Escola padrão de 02 salas de aula para o rio Jupariquara;
Campo do Tietê;
Ampliação de escolas nos rios Sirituba, Acaraqui, Guajarazinho e Anequara;
Delegacia da Mulher;
Mapas, montagem e apresentação do Plano Diretor Municipal;

sábado, 22 de outubro de 2011

Abaetetuba

Origem e Significado

O distrito de Beja foi o berço da colonização de Abaetetuba. Por volta de 1635, padres capuchos vindos do Convento do Una em Belém, após percorrerem os rios da região, juntaram-se a uma aldeia de tribos nômades. O aglomerado foi chamado de Samaúma e depois batizado de Beja por Francisco Xavier de Mendonça Furtado.

Francisco de Azevedo Monteiro é considerado, no imaginário popular, o fundador, pois chegou para tomar posse desse território como proprietário de uma sesmaria. Na beira do rio Maratauíra, num local protegido das marés pela ilha de Sirituba e nas proximidades do sítio Campompema e da Ilha da Pacoca, fundou um pequeno povoado, em 1724.
O município de Abaetetuba foi desmembrado do território da capital do Estado em 1880, de acordo com a Lei nº 973, de 23 de março que também constituiu o município como autônomo. Um ano depois, em 1881, o presidente interino da Câmara em Belém, José Cardoso da Cunha Coimbra instalou no município a Câmara Municipal de Abaeté. O nome primitivo do município era Abaeté que, na língua tupi, significa homem verdadeiro. Por meio do Decreto Lei nº 4.505, de 30 de dezembro de 1943, foi instituído o nome Abaetetuba. Atualmente, o Município é composto pelos distritos de Abaetetuba (sede) e Beja. (IDESP) Abaetetuba representa uma encantadora surpresa para quem a visita pela primeira vez. Simples em seu traçado e nas construções urbanas, a cidade cresceu às margens do Rio Maratauíra (ou Meruú), um dos afluentes do Rio Tocantins. Seu povo é alegre, hospitaleiro e, sobretudo, apaixonado por sua terra. Acrescento: muito criativo quando se trata de cultura e extremamente politizado, quando se trata de participação popular. Abaeté, na língua Tupi, significa: "homem forte, valente, prudente e ilustre". Abaetetuba diz a fartura deste tipo de homem e mulher forte, valente e corajoso.
A vida dos abaetetubenses guarda tantas peculiaridades, que a soma delas acaba gerando uma cultura peculiar.
Fonte: Wikipédia

domingo, 9 de outubro de 2011

Greve de Professores

 Há poucos dias professores participantes de uma greve, que já dura alguns meses, foram reprimidos violentamente por policiais.

Vê-se, lê-se e ouve-se, diariamente, ao vivo, na mídia em geral, os políticos com ou sem mandatos, educadores etc. pregando que a solução para combater as desigualdades no Brasil passa pela educação. Alguns se tomam como base os exemplos de outros países. No entanto, quando professores e alunos, principais vítimas e interessados, travam suas lutas pela melhoria do ensino, quem os escuta? O que fazem os detentores do poder de decisão? Os pais dos alunos, como se manifestam?
Todos os anos professores entram em greve, longas, cansativas, prejudiciais para professores, alunos e seus familiares, a sociedade de um modo geral. Os governantes de plantão não dão a mínima. A maioria dos alunos, num primeiro momento, até gosta, e seus pais, quando se manifestam é contra os professores. A polícia reprime, não raro, com truculência. Tem-se a impressão que tais governantes, pais e policiais etc, quando alunos, não aprenderam nada importante com seus professores.

Todos sabemos que são os professores que ensinam aos médicos, engenheiros, advogados, professores e, ironicamente, seus futuros algozes: os políticos eleitos, os donos das escolas, os representantes dos poderes constituídos, os policiais etc.

Os professores só querem viver com dignidade, serem reconhecidos, melhores condições de trabalho, salários dignos, apoio para suas reinvidicações etc.Precisam ser valorizados pelo que são e não pelo que querem, pois o que desejam, de fato, é muito pouco, em relação ao que realmente merecem.

sábado, 6 de agosto de 2011

Corrupção

Em conversas com amigos, conhecidos e, esporadicamente, com estranhos para mim, ouço argumentos sobre a corrupção: inicialmente são unânimes em citar os políticos em geral e, após discussões acaloradas, aparentemente acabam chegando as mais variadas conclusões: a corrupção é cultural, está no DNA do ser humano, é endêmica etc. etc. etc. Normalmente fico calado, escutando e, após algum tempo, instado a falar, faço-lhes algumas perguntas, tais como: o que vocês acham dos advogados que defendem bandidos, principalmente os de “colarinho branco”? Os engenheiros que constroem obras que desmoronam? Os juízes que vendem sentenças? E mais: algum de vocês já deu propina a guardas de trânsito? Algum de vocês joga lixo nas ruas?

Falar mal das autoridades corruptas e “molhar a mão” do guarda na esquina é hipocrisia. Criticar os políticos que só querem levar vantagem em tudo e trafegar pelo acostamento, para avançar nos engarrafamentos, é incoerência. Reclamar da má coleta de lixo e jogar papel, garrafas, latas etc., no chão é contradição. Escandalizar-se com as roubalheiras e sempre buscar um jeito de sonegar impostos é impostura. Condenar o caixa dois das campanhas e considerar normal o das empresas, que, em média, não contabilizam 30% do que faturam, é julgar com dois pesos e duas medidas. Apontar, com razão, defeito nos outros, mas tapar os olhos para os seus, não é razoável. Tira a força moral e crítica.

As grandes empresas estão sempre envolvidas nas falcatruas, propinas e licitações viciadas. A Polícia Federal e Ministério Público conseguem provas robustas de corrupção contra políticos, funcionários e empresários, às vezes alguns são demitidos, outros até são presos e obrigados a devolver os roubos. Mas nunca se viu uma grande empreiteira condenada por suborno.


É importante não perdermos os corruptores. Coisa que o imprensalão normalmente não mostra. E não mostra por um motivo bem simples: os corruptores deste Governo são os mesmos dos governos apoiados pela mídia corrupta. Querem continuar roubando, impunemente, apenas com um governo mais ao agrado do esquemão.

Marcos Valério não nos deixa mentir. O
 valerioduto teve início no governo tucano de Eduardo Azeredo, em Minas Gerais. Mas, curiosamente, só foi denunciado pelas propinas do governo Lula. E não adiantou nada dizerem exaustivamente que o esquemão vinha de antes. A mídia do imprensalão só divulgou o que lhes interessou.

Advogados de empreiteiras são os mais caros e competentes do país, usam seus conhecimentos legais e pessoais para anular processos, arquivar denúncias em desqualificar provas e testemunhas contra seus clientes. Já vimos até deputados algemados e presos, mas nunca um diretor de empreiteira na cadeia ou pagando multa. Por ceder a extorsões ou oferecer propina. 



Só tenho uma certeza: a corrupção é um mal que afeta sempre os mais pobres!

“Qual a palavra que nunca foi dita?”
  

domingo, 6 de março de 2011

Caos Urbano

Abaetetuba é, atualmente, uma das cidades mais desorganizada e violenta do estado. Trânsito caótico nas ruas e avenidas, veículos e condutores ilegais etc. Feiras e mercados de alimentos sem o mínimo de higiene, completamente abandonados pelo poder público. Praças, ruas e avenidas do centro totalmente ocupadas por camelôs, produtos piratas etc.


Trânsito Caótico

Motos ilegais (placas encobertas), conduzidas ilegalmente (excesso de passageiros sem capacete, inclusive crianças de colo) por adultos, adolescentes e até mesmo crianças. Presenciei famílias inteiras (até quatro pessoas) sendo conduzidas sem capacetes. À noite presenciei “pegas” em algumas ruas regularmente pavimentadas e sem “lombadas”.

As ruas esburacadas e os carros “baús”, ônibus, caminhões “truncados” etc. que entram a qualquer hora do dia ou da noite na cidade, fazem desembarque de mercadorias e, muitas vezes, transformam as ruas em garagens particulares, contribuindo, decisivamente, para o já caótico trânsito.

O Prefeito Luiz Lopes (PT) na prefeitura de Abaetetuba, no período de 2005 a 2008, tomou algumas atitudes, que proporcionaram maior tranquilidade:

Informatização do DEMUTRAN

Palestras e ações nas escolas sobre Educação ao Trânsito urbano;

Curso de Educação ao Trânsito com entrega de diplomas, capacetes e coletes;

Recadastramento, credenciamento e Cursos para os motos taxistas;

Contratação e capacitação de Agentes de Trânsito;

Sinalização horizontal e vertical das principais avenidas;

Convênios com o DETRAN e ARCON;

Fiscalização dos transportes coletivos;

Parceria com a SETRAN;

Campanhas educativas na praia;

Operações DEMUTRAN no carnaval;

Apoio logístico nas Caminhadas cívicas, Círio, Semana da Pátria; 

 Etc. etc. etc.

As autoridades bem como os cidadãos e cidadãs de bem, que são a maioria, precisam reagir. Todos devem fazer sua parte, tomando atitudes individuais e coletivas, em vez de atribuir exclusivamente aos poderes públicos por tudo que acontece na cidade. Reagir é uma forma de exercer a cidadania e praticar a urbanidade desejada para se fazer da cidade um orgulho para todos que desfrutam da sua ambiência acolhedora.

Sugestões

Sugerimos algumas medidas, evidentemente a serem discutidas com a comunidade em geral:

01          Liberar a avenida D. Pedro para “mão única” no intervalo aproximado de 05h30min às 13h30min;

02          Bloquear a circulação de veículos motorizados, exceto ambulâncias, a partir das 05h30min às 13h30min no perímetro compreendido entre a Rua Siqueira Mendes e Tv. Justo Chermont  (“beira”), incluindo Tv. Santos Dumont, Av. 15 de Agosto, Dom Pedro II, Av. Pedro Rodrigues e Tv. Pedro Pinheiro Paes.

03          Só permitir a circulação de “baús”, caminhões e “truncados” etc. na cidade, para embarque e desembarque de mercadorias, no intervalo de 13h30min às 20h30min;

04          Estabelecer pontos de embarque e desembarque de ônibus escolares;

05          Orientar os motorista de carros, motos e bicicletas como estacionar seus veículos, principalmente nas praças, em frente aos colégios e vias públicas;

06         Colocar sinais e guardas de trânsito nas esquinas e ruas de maior movimento, nos horários de "pico" para orientar, fiscalizar e multar infratores; e

07         Organizar o trânsito em frente as escolas e colégios, nos horários de entrada e saída de alunos e professores;

Por que os alunos do Colégio Nossa Senhora dos Anjos não são orientados a entrarem e sairem pela porta dos fundos do Colégio? Acredito que melhoraria o trânsito e evitaria a exposição dos alunos a riscos de acidentes. 

PS.: estas sugestões iniciais certamente não irão assegurar resultados definitivos. Mas se obtiverem algum sucesso, servirão de base para um progressivo aperfeiçoamento, com a participação dos órgaos públicos e, principalmente, da comunidade em geral.