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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Divisão do Pará


          No próximo dia 11/12/2011, a população paraense irá se pronunciar, através de plebiscito, se realmente quer a divisão do nosso estado em três: Pará, Tapajós e Carajás.

          Políticos paroquianos corruptos, empresários corruptores, latifundiários “grileiros” etc. “forasteiros” são os principais interessados na divisão do “bolo”. É evidente que existem pessoas bem e mal-intencionadas dos dois lados.

          Estudos socioeconômicos e políticos da região, ao contrário do que pregam os defensores da divisão,  indicam que os estados não se viabilizariam, pois a situação ficaria mais ou menos assim:

          O Pará, remanescente, teria o Produto Interno Bruto (PIB) reduzido, caindo de 13º para 16º no ranking nacional. O Estado gastaria algo em torno de 16% do Produto Interno Bruto (PIB) só com a máquina pública. Evidentemente teria que recorrer à união para suprir seus cofres. Adivinhe quem pagaria essa conta.

          O Estado do Carajás, certamente melhoraria sua renda per capita, mas nem por isso significa que os benefícios chegariam às populações mais necessitadas e, certamente, aumentaria ainda mais a violência, pois riquezas atraem toda espécie de bandidos, principalmente traficantes, “colarinho branco” , latifundiários inescrupulosos etc. Todos teriam mais condições de agirem impunemente (como tem acontecido até hoje), alguns contratando “matadores de aluguel” pra resolver conflitos sociais. Quanto aos gastos para manter em funcionamento máquina pública* seria algo em torno de 23% do Produto Interno Bruto (PIB); e

          O Estado do Tapajós, dos três, seria o mais pobre do país! Só para manter o funcionamento da máquina pública os gastos seria algo em torno de 51% do Produto Interno Bruto (PIB)!

*máquina publica: governadores, deputados, senadores, comarcas, delegacias, presídios etc.

          Um dos argumentos dos defensores da divisão é que as regiões mais distantes da capital (Belém),  principalmente os ribeirinhos, que moram a milhares de quilômetros não recebem às devidas atenções dos poderes públicos.  Isso é uma falácia, pois as cidades:

1     Benevides, Santa Bárbara, Santa Izabel, cidade mais próximas à Belém, estão estagnadas há muitas décadas. Se nem os moradores dos bairros periféricos de Belém são bem atendidos! Justiça seja feita: só houve melhora considerável, quando o prefeito era o professor Edmílson Rodrigues. Como se vê não é apenas a distância da capital que impede o desenvolvimento das cidades circunvizinhas, nem o atendimento dos ribeirinhos.

2    Marabá, Tucuruí, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Rio Maria, Redenção são cidades  distantes da capital, no entanto tiveram índice de desenvolvimento socieconômico acentuado, nas últimas duas décadas. Como se vê não é a distância da região metropolitana que impede ou ajuda no desenvolvimento de uma cidade.

3    A periferia da maioria das cidades brasileiras sempre foi desprezada pelos gestores locais, mesmo com as transferências de verbas específicas e os programas de inclusão social e distribuição de renda do Governo Federal.

          Outro argumento dos defensores da divisão é quanto a extensão territorial do Pará, considerado muito grande para ser administrada. Tal argumento também é insustentável, veja:

1   Alagoas, Pernambuco, Sergipe etc. são estados pequenos que, mesmo com programas de inclusão social, ainda apresentam alto índice de pobreza, violência, analfabetismo etc.;

2      Minas Gerais e São Paulo etc. são estados grandes, mesmo com programas de inclusão social, ainda apresentam alto índice de pobreza violência, analfabetismo etc.

          São séculos de dominação, que só recentemente tem sido quebrado. Há mais motivações políticas e interesses econômicos em jogo, por parte de uma elite inescrupulosa.

O Estado do Pará não precisa ser dividido. Precisa de administrador(a)(e)s competentes, éticos etc.  .  

     

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